Texto: Duarte Caldeira | Fotos: Paulo Amaral*
"Nos primeiros dias da missão os Bombeiros Portugueses, percorreram o território, foram a locais de difícil acesso, arriscando por vezes a própria vida em situações e locais onde mesmo a INTERFET (força da ONU destacada para o território) ainda não tinha marcado presença."
Hoje, 20 de maio de 2022, Timor Leste comemora o 20.º aniversário da sua independência. Para que este momento histórico se concretizasse, foi precisa a luta heroica do povo, como fator determinante. Entretanto no processo que antecedeu este momento histórico, o apoio de Portugal e da ONU, foram essenciais.
Em setembro de 1999 e após os trágicos acontecimentos que se seguiram ao referendo, no qual 78% do povo timorense votou favoravelmente a independência formal, o Governo português enviou para o território de Timor Leste uma Missão Humanitária.
Sob a coordenação do então Serviço Nacional de Proteção Civil, esta missão incluía pessoal médico, enfermeiros, bombeiros e outros especialistas, bem como apoio logístico para socorrer milhares de Timorenses que se encontravam refugiados nas montanhas sem alimentos, agasalhos e assistência médica.
Nos primeiros dias da missão os Bombeiros Portugueses, percorreram o território, foram a locais de difícil acesso, arriscando por vezes a própria vida em situações e locais onde mesmo a INTERFET (força da ONU destacada para o território) ainda não tinha marcado presença.
Terminada a primeira fase da missão em 6 de dezembro de 1999, mantendo esta a dimensão humanitária, deu-se início à criação de corpos de Bombeiros, em Dili, Baucau e Aileu.
Concluído o processo de recrutamento e seleção dos futuros Bombeiros, os elementos selecionados frequentaram um curso de formação de bombeiros, durante cinco meses, num total de quatrocentas horas, sob a responsabilidade do Comissariado para a Transição de Timor Leste (CATTL) e do Comissário Padre Vítor Melícias, com a colaboração de Formadores dos Bombeiros Portugueses e a coordenação e supervisão da Inspeção Superior de Bombeiros, do então Serviço Nacional de Bombeiros.
No dia 23 de abril de 2000, na qualidade de Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, tive o privilégio de assistir em Díli, ao Compromisso de Honra dos primeiros Bombeiros de Timor Leste. Recordo o orgulho que senti por também ter integrado a equipa que no CATTL garantiu a retaguarda aos bravos que, em terras de Loro Sae, protagonizaram uma das mais extraordinárias missões da história dos Bombeiros de Portugal e do sistema de proteção civil, no final do século passado e início do século vinte e um.
Deixo aqui para memória futura o nome dos primeiros comandantes dos três primeiros Corpos de Bombeiros de Timor Leste:
CB de Díli - Alípio Vieira
CB de Baucau - António da Silva
CB de Aileu - Emílio Guterres
Quanto aos nomes dos valorosos bombeiros e outros técnicos portugueses que integraram as duas Missões Humanitárias realizadas na ocasião, voltarei a eles no capítulo de um livro que vou escrever sobre os 40 anos da minha vida, dedicados aos Bombeiros de Portugal, em diversas funções e contextos.
Hoje, 20 de maio de 2022, Timor Leste comemora o 20.º aniversário da sua independência. Para que este momento histórico se concretizasse, foi precisa a luta heroica do povo, como fator determinante. Entretanto no processo que antecedeu este momento histórico, o apoio de Portugal e da ONU, foram essenciais.
Em setembro de 1999 e após os trágicos acontecimentos que se seguiram ao referendo, no qual 78% do povo timorense votou favoravelmente a independência formal, o Governo português enviou para o território de Timor Leste uma Missão Humanitária.
Sob a coordenação do então Serviço Nacional de Proteção Civil, esta missão incluía pessoal médico, enfermeiros, bombeiros e outros especialistas, bem como apoio logístico para socorrer milhares de Timorenses que se encontravam refugiados nas montanhas sem alimentos, agasalhos e assistência médica.
Nos primeiros dias da missão os Bombeiros Portugueses, percorreram o território, foram a locais de difícil acesso, arriscando por vezes a própria vida em situações e locais onde mesmo a INTERFET (força da ONU destacada para o território) ainda não tinha marcado presença.
Terminada a primeira fase da missão em 6 de dezembro de 1999, mantendo esta a dimensão humanitária, deu-se início à criação de corpos de Bombeiros, em Dili, Baucau e Aileu.
Concluído o processo de recrutamento e seleção dos futuros Bombeiros, os elementos selecionados frequentaram um curso de formação de bombeiros, durante cinco meses, num total de quatrocentas horas, sob a responsabilidade do Comissariado para a Transição de Timor Leste (CATTL) e do Comissário Padre Vítor Melícias, com a colaboração de Formadores dos Bombeiros Portugueses e a coordenação e supervisão da Inspeção Superior de Bombeiros, do então Serviço Nacional de Bombeiros.
No dia 23 de abril de 2000, na qualidade de Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, tive o privilégio de assistir em Díli, ao Compromisso de Honra dos primeiros Bombeiros de Timor Leste. Recordo o orgulho que senti por também ter integrado a equipa que no CATTL garantiu a retaguarda aos bravos que, em terras de Loro Sae, protagonizaram uma das mais extraordinárias missões da história dos Bombeiros de Portugal e do sistema de proteção civil, no final do século passado e início do século vinte e um.
Deixo aqui para memória futura o nome dos primeiros comandantes dos três primeiros Corpos de Bombeiros de Timor Leste:
CB de Díli - Alípio Vieira
CB de Baucau - António da Silva
CB de Aileu - Emílio Guterres
Quanto aos nomes dos valorosos bombeiros e outros técnicos portugueses que integraram as duas Missões Humanitárias realizadas na ocasião, voltarei a eles no capítulo de um livro que vou escrever sobre os 40 anos da minha vida, dedicados aos Bombeiros de Portugal, em diversas funções e contextos.