Pesquisa/Texto: Luís Miguel Baptista
Fotos: BVF
É impossível alguém ficar indiferente à passagem de um veículo antigo de bombeiros. E não é apenas a sua cor que chama a atenção, são também as suas linhas e os seus equipamentos, para além da marca e do ano de fabrico.
A Garagem Soares, em Vila Nova de Famalicão, foi um dos locais onde se construíram alguns dos mais vistosos e mais modernos pronto-socorros dos bombeiros portugueses. O seu labor merece ser recordado.
Procurados, fundamentalmente, pelos bombeiros do Norte, os carroçamentos da Garagem Soares distinguiam-se pela sua "segurança, funcionamento e bom aspecto", conforme publicitado em publicações da especialidade.
Com estilo próprio - identificável através de aspectos de pormenor, tal como o máximo aproveitamento da parte exterior das carroçarias para colocação de material, o que o tornava muito notado, sobretudo pelo efeito da cromagem - certos veículos executados por Fernando Soares resistiram ao tempo e são hoje apreciadas peças de museu.
Nesse particular, insere-se o exemplar retratado, da marca Studebaker, modelo 2R Pickup Truck, com motor a gasolina, dos Bombeiros Voluntários de Famalicão (BVF), aumentado ao efectivo em 1953, após aprovado pelos serviços competentes, a Inspecção de Incêndios da Zona Norte e a Direcção-Geral dos Transportes Terrestres.
Construído mediante projecto do Comandante Fernando Soares e viabilizado através de Hilário Carvalho, Tesoureiro da instituição, chegou a ter honras de notícia no jornal Diário do Norte, em Agosto daquele ano, devido às suas extraordinárias características.
Um veículo fora da caixa
O depósito instalado tem capacidade de 1500 litros e garantia pronta intervenção nos incêndios em fase nascente, especialmente nos locais onde o mais precioso agente extintor não abundava ou era inexistente.
Operacional a cem por cento, muniram-no de bomba acoplada e de reservatório para 60 litros de espuma, outras duas singularidades e mais-valias.
Este auto-tanque reunia todas as condições para o sucesso na prestação do socorro, inclusive a própria cabine, onde poderiam seguir sete bombeiros, entre os quais o motorista.
De acordo com mais informação apurada, o chassis foi adquirido no ano de 1951 à Sociedade Comercial C. Santos, Lda., então sediada na Rua de Santa Catarina, em pleno coração da Invicta, que detinha, entre outras, a representação da marca Studebaker.
É impossível alguém ficar indiferente à passagem de um veículo antigo de bombeiros. E não é apenas a sua cor que chama a atenção, são também as suas linhas e os seus equipamentos, para além da marca e do ano de fabrico.
A Garagem Soares, em Vila Nova de Famalicão, foi um dos locais onde se construíram alguns dos mais vistosos e mais modernos pronto-socorros dos bombeiros portugueses. O seu labor merece ser recordado.
Propriedade do prestigiado Comandante Fernando da Silva Soares, a referida oficina abriu portas no ano de 1947.
Embora Fernando Soares só tivesse ocupado o cargo quatro anos depois, já integrava o Corpo de Bombeiros desde 1929, sendo, portanto, um conhecedor experiente do meio e das suas necessidades ao nível do parque-auto.
Embora Fernando Soares só tivesse ocupado o cargo quatro anos depois, já integrava o Corpo de Bombeiros desde 1929, sendo, portanto, um conhecedor experiente do meio e das suas necessidades ao nível do parque-auto.
Procurados, fundamentalmente, pelos bombeiros do Norte, os carroçamentos da Garagem Soares distinguiam-se pela sua "segurança, funcionamento e bom aspecto", conforme publicitado em publicações da especialidade.
Com estilo próprio - identificável através de aspectos de pormenor, tal como o máximo aproveitamento da parte exterior das carroçarias para colocação de material, o que o tornava muito notado, sobretudo pelo efeito da cromagem - certos veículos executados por Fernando Soares resistiram ao tempo e são hoje apreciadas peças de museu.
Nesse particular, insere-se o exemplar retratado, da marca Studebaker, modelo 2R Pickup Truck, com motor a gasolina, dos Bombeiros Voluntários de Famalicão (BVF), aumentado ao efectivo em 1953, após aprovado pelos serviços competentes, a Inspecção de Incêndios da Zona Norte e a Direcção-Geral dos Transportes Terrestres.
Construído mediante projecto do Comandante Fernando Soares e viabilizado através de Hilário Carvalho, Tesoureiro da instituição, chegou a ter honras de notícia no jornal Diário do Norte, em Agosto daquele ano, devido às suas extraordinárias características.
Um veículo fora da caixa
Trata-se de um auto-tanque, tipologia invulgar na época, pois eram raros os veículos que transportavam água.
O depósito instalado tem capacidade de 1500 litros e garantia pronta intervenção nos incêndios em fase nascente, especialmente nos locais onde o mais precioso agente extintor não abundava ou era inexistente.
Operacional a cem por cento, muniram-no de bomba acoplada e de reservatório para 60 litros de espuma, outras duas singularidades e mais-valias.
A completar a sua muscultatura, e lembrando os primeiros tempos, o que é visível nas fotografias, comporta diverso material de extinção, salvamento e protecção.
Este auto-tanque reunia todas as condições para o sucesso na prestação do socorro, inclusive a própria cabine, onde poderiam seguir sete bombeiros, entre os quais o motorista.
"O carro concebido, planeado e construído em Famalicão, nem por tantos atributos deixa de contar com linhas elegantes. E cremos que bem poderia servir de modelo a seguir pelas utilíssimas corporações de todo o País, uma vez que o seu custo não é exagerado. O novo pronto-socorro dos B.V. de Famalicão custou cerca de 180 contos" - salientou o Diário de Norte, quando da sua apresentação numa deslocação ao Porto.
De acordo com mais informação apurada, o chassis foi adquirido no ano de 1951 à Sociedade Comercial C. Santos, Lda., então sediada na Rua de Santa Catarina, em pleno coração da Invicta, que detinha, entre outras, a representação da marca Studebaker.
Sabe-se ainda que o futuro auto-tanque, importado dos Estados Unidos da América, implicou um investimento de 2.250 dólares.
"Resistentes, bonitos e possantes", era nesta linha de adjectivação que a Studebaker anunciava as potencialidades do modelo 2R Pickup Truck e procurava conquistar o mercado, palavras que, assim demonstram os factos, não deixaram de sensibilizar os decisores do BVF, optando pelo seu motor V8, de 3.800 cm3 e 127 cv.
"Resistentes, bonitos e possantes", era nesta linha de adjectivação que a Studebaker anunciava as potencialidades do modelo 2R Pickup Truck e procurava conquistar o mercado, palavras que, assim demonstram os factos, não deixaram de sensibilizar os decisores do BVF, optando pelo seu motor V8, de 3.800 cm3 e 127 cv.