Pesquisa/Texto: Redacção F&H
A 24 de Outubro de 1946, os bombeiros foram chamados à Quinta do Anjinho, em Ranholas, perto de Sintra, não para participar numa acção de formação mas com a finalidade de debelar as chamas que irrompiam da nova morada dos condes de Paris.
Longe das ideias que, um dia, ali iria funcionar a Escola Nacional de Bombeiros (ENB), todos se desempenharam com aproveitamento perante o único grande mestre de então: o fogo.
Eram 13 horas, sensivelmente, quando a empregada da família real francesa detectou o incêndio. Vendo brasas a caírem da chaminé e labaredas a saírem do telhado do palácio, alertou de imediato para a situação, sendo tocado a rebate o sino da quinta.
Os condes de Paris preparavam-se para almoçar, desfrutando há uma semana do bucólico local que o exílio, por contingências da II Guerra Mundial, havia tornado residência arrendada.
Solicitados os socorros dos bombeiros dos arredores, via telefone, responderam de pronto os Voluntários de Sintra (com três viaturas e 25 elementos), S. Pedro de Sintra e Agualva-Cacém (números desconhecidos).
Pela sua proximidade, o primeiro auxílio foi prestado por pessoal agrícola da propriedade, população de Ranholas e reclusos da Colónia Penal Agrícola, situada em terreno vizinho.
Compareceram também os Voluntários do Estoril, mas os seus meios retiraram-se quase logo após a chegada, por não se revelarem necessários.
Segundo as fontes consultadas, o incêndio eclodiu na chaminé, propagando-se com rapidez à cobertura do edifício.
Entretanto, o madeiramento do telhado ruiu e provocou desabamentos nos tectos do primeiro piso e do rés-do-chão.
A estratégia de combate às chamas compreendeu o emprego de três moto-bombas e oito agulhetas, tendo sido utilizada, abundantemente, a água existente em lagos, poços e numa represa.
Condessa de Paris grata a populares e bombeiros
Os condes de Paris preparavam-se para almoçar, desfrutando há uma semana do bucólico local que o exílio, por contingências da II Guerra Mundial, havia tornado residência arrendada.
Solicitados os socorros dos bombeiros dos arredores, via telefone, responderam de pronto os Voluntários de Sintra (com três viaturas e 25 elementos), S. Pedro de Sintra e Agualva-Cacém (números desconhecidos).
Pela sua proximidade, o primeiro auxílio foi prestado por pessoal agrícola da propriedade, população de Ranholas e reclusos da Colónia Penal Agrícola, situada em terreno vizinho.
Compareceram também os Voluntários do Estoril, mas os seus meios retiraram-se quase logo após a chegada, por não se revelarem necessários.
Segundo as fontes consultadas, o incêndio eclodiu na chaminé, propagando-se com rapidez à cobertura do edifício.
Entretanto, o madeiramento do telhado ruiu e provocou desabamentos nos tectos do primeiro piso e do rés-do-chão.
A estratégia de combate às chamas compreendeu o emprego de três moto-bombas e oito agulhetas, tendo sido utilizada, abundantemente, a água existente em lagos, poços e numa represa.
Apesar de dificuldades criadas por muito vento, os bombeiros consideraram o incêndio controlado passada pouco mais de uma hora sobre a sua identificação. Às 16 horas, deram-no como extinto e com o rescaldo efectuado.
O comando das operações esteve a cargo de Joaquim Cunha, Comandante dos Bombeiros Voluntários de Sintra, coadjuvado pelo seu 2.º Comandante, Manuel Cunha, bem como pelos Chefes Filipe da Eva e Artur Lage, dos Bombeiros Voluntários de S. Pedro de Sintra e de Agualva-Cacém, respectivamente.
Condessa de Paris grata a populares e bombeiros
O imóvel, restaurado há quatro anos, ficou inabitável. Os condes de Paris somente vieram a ocupá-lo, de novo e em definitivo, no ano seguinte.
Os prejuízos, avaliados acima dos mil contos e cobertos pelo seguro, resultaram do incêndio e da água empregue nos trabalhos de extinção, compreendendo mobiliário, adornos e obras de arte que decoravam o interior das dependências mais afectadas.
A condessa de Paris, interpelada na ocasião pela reportagem do Diário de Notícias, agradeceu sensibilizada a solidariedade da população e a rápida intervenção dos bombeiros, que em conjugação de esforços, através do recurso a espias, colocaram a salvo parte do recheio do palácio. De igual modo, a sua acção revelou-se decisiva na protecção de um anexo e do palheiro, ambos sem danos a registar.
As imagens que reproduzimos dão uma ideia da dimensão do sinistro.
A título de curiosidade, saliente-se a diferença arquitectónica da fachada do edifício, comparativamente com o seu aspecto actual.
A título de curiosidade, saliente-se a diferença arquitectónica da fachada do edifício, comparativamente com o seu aspecto actual.
À data do incêndio, a Quinta do Anjinho ainda era propriedade da Sociedade Estoril Plage, de Fausto de Figueiredo, o homem que transformara o Estoril num destino turístico internacional.
O Estado português adquiriu a propriedade, aos condes de Paris, em 18 de Dezembro de 1987, data da outorga da escritura, para instalação da ENB, sob a alçada do Serviço Nacional de Bombeiros.
O primeiro curso, de aperfeiçoamento para chefes e subchefes de corpos de bombeiros da região do Algarve, decorreu de 11 a 16 de Março de 1988, com a participação de 22 elementos.