ACTUALIDADE Integrada nas comemorações dos 95 anos dos Bombeiros Voluntários de Mangualde, foi inaugurada uma exposição fotográfica alusiva à história da instituição, que estará patente até ao final do ano. | A Assembleia Municipal de Lisboa, reunida no dia 6 de Fevereiro, aprovou uma recomendação à Câmara onde é defendida a instalação do Museu do Regimento de Sapadores Bombeiros "num espaço digno e com as condições adequadas para a preservação da valiosa coleção, procurando dinamizar este equipamento nas suas diversas valências". | Os Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique sugerem o nome do histórico Comandante Armando de Matos Fernandes para novo ajardinamento em redor à Igreja de Santo Condestável.

 

FOGACHOS 1: FOGOS QUE NÃO ESQUECEM

Memórias do Comandante Fernando Sá | Jornalista e Bombeiro Voluntário




Os grandes incêndios não esquecem. Ficam na história dos casos tristes do dia a dia, numa recordação de horror e também num pensamento de elogio e agradecimento a quantos, nesses momentos cruciais do fogo, com ele se bateram, com heroísmo e sacrifício.

Passam os anos e os acontecimentos, que tiveram o fogo por culpa, passam a todas as gerações, descritos em família, aos serões, a propósito dum acidente actual ou conversa habitual.

Temos tido em Portugal fogos de elevada categoria. Lisboa viveu com pavor alguns incêndios que ficaram célebres na história dos desastres citadinos, como essas grandiosas fornalhas que foram os das Encomendas Postais, na Praça do Comércio, o do Depósito de Fardamentos, em Santa Clara, dos mais violentos, Cadeia do Limoeiro, o tristemente célebre incêndio do prédio da rua da Madalena, Teatros República e do Ginásio, Palácio de Queluz, igreja de S. Mamede, estes que se lembram de repente, ao correr da pena, sem esquecer os tão graves e mais recentes da igreja de S. Domingos e do Teatro Nacional.

São fogos que não esquecem, que fazem história.


Foto: "Ilustração Portugueza"
Incêndio das Encomendas Postais, em Lisboa, a 2 de Maio de 1919