
Já não é muito usual - mercê da grande rede telefónica de Lisboa - os pedidos de socorro de incêndio serem feitos pessoalmente aos quartéis de bombeiros.
Hoje em cada canto existe um telefone e uma chamada rápida.
Mas houve tempos que chegavam, esbaforidos, aos quartéis, indivíduos que mal podiam articular palavra, pelo cansaço da corrida; há fogo…
Eram as chamadas "partes de porta".
Todavia ainda sucede. E sucedeu recentemente, tendo o caso - depois de passado - merecido sorrisos.
Foi quando se deu o fogo no Teatro Avenida. Nesse preciso momento o comandante Ernesto Costa, dos Voluntários de Lisboa, estava a jantar num restaurante fronteiro, no Parque Mayer.
As primeiras sirenes e o primeiro clamor alertaram-no e saiu à rua. Logo se lhe deparou o clarão.
Um táxi levou-o rapidamente ao seu quartel, onde reinava a tranquilidade. Tudo nos seus postos.
O comandante Ernesto Costa correu para a cabina telefónica e assinalava o acontecimento: há fogo no Teatro Avenida.
Nesse preciso momento a Central do Batalhão de Sapadores Bombeiros, dava a parte e mandava avançar todo o material, pois a 1.ª Secção, para a área respectiva, era de reforço.
Mas ficou firme: fogo no Teatro Avenida.
Parte de porta do sr. comandante!
Foto: Arquivo F&H
Rescaldo do incêndio que atingiu o Teatro Avenida, em 13 de Dezembro de 1967